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#livro: Viajantes da Luz na Escuridão - Histórias Extrafísicas

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"A morte é só o começo do caos". Comprar o livro em: https://loja.uiclap.com/titulo/ua110057/ Quando o corpo morre, o que sobra? Luz? Julgamento? Paz? Não para eles. Em Viajantes da Luz na Escuridão – 1ª Temporada , oito episódios narram encontros profundos com o pós-morte — não como promessa celestial, mas como terreno bruto, emocional e politicamente carregado. Neste universo extrafísico — também chamado de entrelugar , mundo além ou além-cão —, não há harpas nem anjos. Há sistemas espirituais com burocracias cruéis, castas vibracionais elitizadas e zonas esquecidas onde almas vagam, resistem, se rebelam ou desaparecem. Cada capítulo é uma jornada independente, mas interligada, de espíritos que, após a morte, confrontam suas memórias, falhas, traumas e crenças. Um bancário invisível, um pastor corrompido, uma jovem suicida, uma criança em zona de guerra, um motoqueiro perdido, uma gangue de espectros revoltados. Todos viajantes da luz na escuridão — tentando atravessa...

Episódio 8 – O Eclipse das Rodas Negras

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O som das motos cessou. Luxfíria jazia em ruínas energéticas, mas as Colônias Altas não haviam perdido tempo. O Protocolo Zerar foi ativado. Uma força-tarefa multidimensional, composta por Capturas, Executores de Memória, Engenheiros da Mente e Corretoras Seniores. O objetivo era claro: apagar todos os rastros da rebelião. Não bastava prender. Era necessário zerar . A gangue da Rodovia Negra foi caçada com precisão matemática. Seus esconderijos vibracionais foram varridos. Suas rotas, cortadas. Seus símbolos, corrompidos em arquivos astrais. Ari resistiu o quanto pôde. Lutou como um cão cercado. Arremessou granadas de dissenso, corrompeu orbes de reconciliação, sabotou corredores de reencarnação. Mas no fim, foi vencido pelo tempo e pela técnica. Não morreu. Foi zerado. A consciência convertida em silêncio. Esquecimento programado. Outros caíram. Um a um, os fantasmas rebeldes foram caçados, encerrados, limpos. Os que se rendiam eram reprogramados e reinseridos no sistema com nova ...

Episódio 7 – A Invasão de Luxfíria

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Enquanto Bardo apodrecia numa cela dimensional, sua consciência vibrando num silêncio opressor de campo branco, Ari tomava as rédeas da insurreição. Mas não o fazia por honra, redenção ou liderança. Ari era o niilista supremo, movido por um único princípio: se tudo é vazio, que ao menos o vazio seja nosso. E com isso, a gangue seguiu, batizando suas máquinas com os nomes dos que se perderam no caminho, tatuando com brasas seus ideais nas carcaças do entremundos. Luxfíria era o alvo. A mais próspera colônia espiritual da região. Um paraíso artificial. Torres de cristal, cursos vibracionais de alto nível, terapias com sons cósmicos, banhos de luz filtrada e um sistema de segurança quase perfeito. Quase. Porque todo sistema tem brechas. E Ari conhecia um traidor. Hismael era um Corretor do Destino. Terno preto, mente organizada, alma vendida. Estava cansado da burocracia astral. Dos relatórios, da neutralidade, das mentiras. Começou a vazar rotas, mapas de vibração, códigos de acesso, arm...

Episódio 6 – A Rebelião dos Sem Rumo

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Se você acha que a morte é o fim, está enganado. Se acredita que depois dela vem paz, luz ou um descanso merecido, está ainda mais enganado. Aqui não tem harpa, nem anjo, nem calmaria eterna. O que existe é poeira vibracional, gritos abafados e um sistema tão injusto quanto o da Terra. Um espelho sombrio da realidade intrafísica, onde as estruturas de poder se reproduzem com a mesma ferocidade. Aqui é o mundo além. Cão. Literalmente. Bardo nunca foi um nome. Foi uma cicatriz. Na Terra, nasceu sem saber de quem. Jogaram ele num orfanato sujo, onde o café era fraco, as palmadas eram fortes e o amor, um conceito mitológico. Foi adotado por um casal de religiosos que tratava a "salvação" à base de cintadas e jejum. Apanhava por sorrir, por respirar, por existir. — A graça de Deus não é de graça, moleque! — vociferava o pai adotivo, com a cinta em mãos. Cresceu aprendendo que quem apanha demais aprende a bater. E ele bateu. Na escola, na rua, na vida. Foi empurrado para as drogas ...

Episódio 5 - A morte sobre duas rodas

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O ronco do motor cortava a noite como navalha. Chuva leve, pista molhada, e o velocímetro sorrindo feito psicopata. — Amor, devagar... — disse Júlia, com aquele jeito de “fala sério, mas não briga”. — Tamo vivos, né? Então vamo viver — respondeu Ricardo, mais interessado em parecer invencível do que em chegar inteiro. Dois segundos depois: o impacto. A curva não perdoou. Nem o poste. Nem o asfalto. Tudo ficou escuro. Mas só por alguns instantes. Ricardo abriu os olhos no acostamento. Sentia o cheiro de borracha queimada, a eletricidade no ar. Viu a moto, o caos. E então viu a si mesmo. — Tá de brincadeira — murmurou. Júlia também estava ali, de pé, olhando a própria cabeça sangrando no chão como quem vê um documento extraviado. — A gente morreu, né? — ela perguntou. — É... parece que sim. — Que bosta. Foram ao velório. Gente chorando, flores desorganizadas, playlist evangélica mal escolhida. Os amigos falaram bonito. Os tios disseram que foi “Deus que quis”. E a mãe dela desabou nos br...

Episódio 4 – O Menino e o Fogo Silencioso

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O nome dele era Ameen. Tinha oito anos quando a bomba caiu. Não sabia ler, mas sabia correr. Não sabia sobre política, mas sabia onde era seguro se esconder. Cresceu entre ruínas e explosões, aprendendo desde cedo que o mundo era feito de barulho, poeira e medo. O pai morreu quando ele ainda era um bebê. A mãe sumiu numa das evacuações. Desde então, Ameen vivia com a avó, num abrigo de concreto onde o tempo não passava. Até o dia em que o céu rugiu mais alto do que nunca. O som foi seco. O calor, imediato. Tudo virou branco. Quando abriu os olhos, estava sozinho no campo. Um campo sem fim, onde o chão era feito de cinzas que não queimavam. Nenhum prédio, nenhum soldado. Nenhuma arma. Apenas um céu parado e um vento que não soprava. — Yamma? — gritou. Nada respondeu. Ameen começou a caminhar. Estava inteiro. Não sentia dor. Apenas um vazio que se parecia com cansaço. Após algum tempo, viu figuras no horizonte: homens, mulheres, crianças. Todos imóveis. Os olhos brilhando como carvão em ...

Episódio 3 – Fragmentos de Isadora

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Isadora morreu aos 19 anos. Um bilhete rasgado, uma janela aberta e um silêncio que ninguém ouviu. A vida, para ela, tinha se tornado insuportável. Os cortes invisíveis eram mais fundos que os da pele. As vozes na mente mais cruéis que qualquer agressor. E o mundo, com seus filtros e frases feitas, parecia zombar de sua dor real.  Mas ela não sentiu paz. Não sentiu alívio. Acordou em um quarto que não existia. Paredes sem cor, chão que não fazia som. Havia apenas uma cama, e sobre ela, um espelho estilhaçado e uma boneca sem olhos. — Que lugar é esse? — sussurrou, tocando a própria pele translúcida. Ninguém respondeu. Saiu do quarto e vagou por corredores tortos, onde portas levavam a outros quartos que eram versões distorcidas de sua vida: a festa de Natal em família onde era chamada de drogada e vadia veladamente, a escola onde sofreu bullying, a festa em que foi ignorada, o hospital onde implorou por ajuda sem ser ouvida. Cada espaço era um eco da dor. Um replay daquilo que ning...

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